sexta-feira, 11 de junho de 2010

Devo estar... lerdinha

Uma amiga contou-me há dias que uma colega de trabalho (leia-se "Moça desterrada, de casa às costas todos os anos") está agora no hospital em perigo de vida.
Retrocedendo na narrativa, lá me explicou que a rapariga (leia-se mulher de 34 anos) há uns meses arranjou namorado e que tudo corria bem. Até que, ao partilhar com o respectivo que se encontrava grávida e recusando-se a fazer o aborto que lhe foi automaticamente proposto, é ver o dito, qual pepe-rápido a voar para o norte, de onde é natural, logo no dia a seguir. Até à data nada de novo... Infelizmente, com contornos mais ou menos coloridos, estas são daquelas histórias que já não surpreendem os minimamente atentos.
No entanto, continuou ela as desventuras da colega... que vendo-se sozinha foi falar com os pais e que estes, assim que souberam, lhe deixaram de falar. Reza a história que estes pais achavam que a sua filha era santa, que vivia numa qualquer redoma e ao descobrirem o seu novo estado resolveram passar a fingir que ela não existia.
Devo ser mesmo muito lerdinha... porque, que há bestas por esse mundo fora, todos sabemos, mas não consigo compreender como é que uma mulher de 34 anos (não, não é 15, nem 16... é 34!) pode estar numa cama de hospital em estado crítico, completamente sozinha no ano de 2010, tendo por base estes argumentos tão lúcidos e inexplicavelmente tristes.

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