quarta-feira, 31 de março de 2010

Mundo próprio


Quando confrontada com pessoas que, independentemente do contexto em que nos encontremos, sabem sempre tudo sobre qualquer tema abordado ou situação analisada, com uma convicção absoluta, não sou capaz de deixar de me inquirir se, de facto, nasceram com este não sei quê de superioridade ou se num qualquer momento das suas vidas houve algo que os marcou e tornou assim.

Por mais que a pessoa seja educada, instruída e preocupada em actualizar-se, chegar ao ponto de nem tão pouco permitir a intervenção de outros ou a interrupção dos seus monólogos cheios de si... faz-me questionar se enquanto seres humanos temos uma característica intrínseca que nos leva à criação de um mundo próprio. Depois, dentro dele, uns vivem de ego cheio mesmo que na ilusão de que o mundo os ouve e venera, outros sem darem conta transformam as suas tarefas diárias e responsabilidades inerentes à vida adulta num jogo de rotinas e há os outros que, por e simplesmente, sobrevivem.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Desabafo


Quanto mais lido com as pessoas, mais gosto de estar sozinha...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Vida social

Sabemos que a nossa vida social já teve melhores dias... quando o telemóvel fica um dia inteiro sem bateria, mortinho da silva, e nós nem damos conta disso.

sábado, 20 de março de 2010

Queixumes


Já deu para entender que a doença da moda é a tão badalada depressão. Toda a boa gente tem, teve ou vai ter uma qualquer depressão, vulgo chelique, que serve de desculpa para tudo. A chuva que já chateia e deprime, o céu que está azul de mais e incomoda, as flores que vão começar a surgir e trazem as alergias... haja desculpas, porque o queixume é maleita que contagia e não dá folga.

É provável que salte à vista que a minha paciência já teve melhores dias, mas a verdade é que na esmagadora maioria das vezes tenho sido uma menina bem comportada, que ouve ou que acena o indispensável para o interlocutor saber que o estou a acompanhar. No entanto, uma folguinha era tão bem vinda...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Melodramas

Chego muitas vezes a casa com um pensamento conformado de que muitas são as pessoas que, impregnadas nas suas vidinhas, não valorizam os pequenos detalhes tão importantes que dão como garantidos.


O simples facto de acordar ao lado de alguém que, com mais ou menos turras, escolheu estar ao nosso lado.


A incessante verdade do privilégio que é ter um companheiro de quem se gosta e com quem se pode partilhar tarefas, desabafos, alegrias, tristezas...


Vivendo à minha volta melodramas pessoais que envolvem o candeeiro do jardim que se partiu (naquela cintilante mansão na zona vip da cidade, acrescento eu) ou o anexo que com estes últimos dilúvios tem metido água (anexo em que se gastou o que se tinha e não tinha de economias e que não faz falta para rigorosamente nada a não ser para se dizer que se tem, divaga a minha mente).


Ocorro-me apenas questionar se é possível dar um abanão a esta gente, porque ou a vida está das avessas ou eu por e simplesmente não consigo compreender tamanhas desgraças que consomem tantos dias em desabafos.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Dias cinzentos


E depois há dias em que as palavras se somem ou então as únicas que nos afloram a mente... trazem amargura e revolta.

Um dia cinzento em que meio mundo anda indiferente ao outro meio, em que as injustiças nos atingem de forma frontal e só nos apetece lavar a alma. Daqueles dias em a solidão nos magoa de forma mais profunda e em que um aconchego era tão bem vindo...

Adiei um telefonema o máximo que poderia adiar e tal como esperava só me trouxe amarguras acutilantes, que me fazem querer gritar ao mundo.

Temos as ruas cheias de subsidio-dependentes, temos entidades a pedir trabalhadores não qualificados e os Centros de Emprego a dizerem que não têm, porque os querem enterrar em cursos... E no meio disto tudo, ganhasse a vida a trucidar os neurónios dos trabalhadores correctos e responsáveis, que têm de largar tudo o que juntam, em descontos e IRS, para encher o cu desta gente toda?
Não têm mesmo mais nada para fazer?? É que eu, por agora, agradecia um pouco de Sol...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Preconceitos


Uma das minhas colegas de trabalho é apenas um ano mais velha que eu. Menina casada, com uma filha de 3 anos e a espaços falando de um potencial segundo filho. É no essencial uma boa moça, de coração doce... mas cujos os preconceitos me tiram (interiormente) muitas vezes do sério.

A ideia que me dá é que o mundo foi feito para as pessoas ditas normais. Aquelas que aos vintes e poucos arranjam namoro, tratam da casa (e endividam-se para a vida!), casam com poupa e circunstância e na altura certa têm filhos. Como se estivesse por ai algures editado um livro que dá os passos e as alturas para as coisas acontecerem aos seres normais. Sim, porque o resto é tudo criticável.

Se uma mulher se separa o seu único objectivo de vida deve ser arranjar homem, porque senão inacreditavelmente vem logo anexada a história do ficar para tia ou de ser uma solteirona.

Se fulano arranjou uma moiçola mais nova (ou mais velha) as intenções são sempre duvidosas.

Não sei... desenraiza-me as ideias perceber que o que estou a contar não é filho único, que vivemos, de facto, num mundo de grandes preconceitos e para o qual é preciso arranjar uma grande carapaça defensiva.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Um Cantinho

Um blog pode ter as mais variadas funções, simples ou elaboradas, comerciais ou desinteressadas, temáticas ou divagadoras.
Pode ser aquele cantinho onde partilhamos histórias, onde comentamos algo de que gostámos ou desabafos sobre um episódio que nos tirou do sério.
É com certeza bom encontrar quem nos 'ouça', quem passe e partilhe ideias connosco. É sem dúvida reconfortante saber que há quem esteja do outro lado, seja esse sítio a centenas ou a milhares de quilómetros.
Por agora, procuro um espaço onde eu-ninguém venho deixar os desabafos que não encontram lugar num blog em que passam caras conhecidas, familiares ou amigas, um espaço para potenciais divagações sobre dúvidas ou ideias ou problemas que me atingem as veias de forma mais acertada.
Se o mundo virtual conduzir aqui quem precise de fazer o mesmo ou quem passe a gostar de espreitar este planeta solitário e ainda meio indefinido, tanto melhor. Caso contrário, tudo isto vale o que vale...