sábado, 24 de abril de 2010

De casa às costas


E quando nada o fazia prever, agarramos o destino pelos cornos, cortamos com o simples e acolhedor e rumamos para o desconhecido.


Devia estar completamente tresloucada, quando lá atrás, nos tempos completamente inconscientes, escolhi este caminho.


Cá vou eu, mais uma vez, de casa às costas...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Reviravoltas

Reconheço que as reviravoltas podem trazer um conjunto de novidades boas à nossa vida, mas a verdade é que sempre fui muito dada a medir à distância os passos a dar e a concluir tudo aquilo que começo. Algo que fuja destes princípios, mesmo que as evidências me digam que terá de ser... desregula-me o corpo e põe-me os miolos em picadinho.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Toma lá

Há pouco, quando saía do meu local de trabalho, cruzei-me com três raparigas - daquelas de palmo e meio (ou pouco mais!). Duas delas estavam a olhar para algo, a que não prestei atenção, e uma delas levanta os olhos e dirige algumas palavras à que se afastava, com o telemóvel a reproduzir uma qualquer música em altos berros.
Esta, que partia, replicou:
- Também te amo.
'Toma lá, que já almoçaste!', partilhei com os meus botões. Tudo é banalizável, até aquilo que, de alguma forma, achei ingenuamente que acabaria por estar salvaguardado desta sociedade esmagadoramente superficial.

E se fossem à fava grande?


Juro que há dias em que me apetece mandar tudo (e quase todos!) à fava grande e em que conquistar o primeiro prémio do euromilhões me parece muito mais que uma utopia deliciosa.

domingo, 11 de abril de 2010

sábado, 10 de abril de 2010

Só para que fique claro...


Eu não quero nada que tu vás para o Algarve. Eu quero, sim, que sejas Feliz.

Como bem sabes, eu conheço vivamente a história que reza que 'quanto mais tempo estamos sozinhas, menos nos vemos com alguém'.

A minha reacção foi porque te vi bem, a falares-me de um homem que conheces, com quem tens à vontade, que evidentemente mexe contigo e, como se tudo isso não chegasse, que não tem defeitos (!).

Estamos habituadas a escolher o canal que vemos na televisão e a comer às horas que nos apetece (como tudo o resto!), mas alguém muito sabiamente me disse há uns meses... - numa altura não muito simpática da minha vida - que somos seres de hábitos e rotinas. Verdade, concordo completamente. No entanto, também concordo com o que me disseram a seguir. Se for preciso para estarmos melhor, também sabemos adaptar-nos e aprender hábitos novos e quando damos conta vivemos tão bem com eles como com os anteriores.

Os trezentos e tal quilómetros que vos separam... são muitos até que decidas transformá-los em curtos. Chegado a este ponto, e com o brilho que te vi nos olhos... acho que é altura de simplificar, pesar e decidir - ou decidir gradualmente, também pode ser!

A boa disposição com que nos brindas todos os dias é muito mais inteira com o sorriso que te vi ontem. E é só nisso que quero que penses. Talvez seja a hora de deixares de ser escrava de um trabalho para pagar os bens materiais que, não estás tão pouco, a gozar.

Mais do que nunca, é altura de pensares em ti.

Pontualidade


Já ouvi dizer, para cima de muitas vezes, que 'a pontualidade e os portugueses não combina'. Isto lá deve servir de carapuça a muito boa gente e de desculpa esfarrapada para outros tantos.

No entanto, e apesar de já ter idade para ter juizinho, é algo que me continua a tirar do sério.

Sobretudo enquanto estudante universitária, era-me completamente incompreensível os encontros combinados para as 22 horas e para os quais só começavam a aparecer pessoas depois das 23h30. Ou também os cafés pós-almoço, agendados com um ou dois amigos, que envolviam sempre mais de meia hora de seca.

Mais do que esperar, odeio a ideia de fazer aguardar alguém... e essa pontualidade de que não consigo desligar-me, tem custado, nas mais distintas situações, longos períodos de espera por tempo indefinido, invariavelmente culminados em desculpas, que não o são.

domingo, 4 de abril de 2010

À Solidão

Se há coisa da qual não podemos evidentemente fugir é da nossa maneira de ser. Podemos fazer um esforço, contornar um pouco as arestas, mas o fundo, para se ser fiel, não sofremos grandes alterações.
A verdade é que se não nascemos seres com um grande dom de sociabilidade isso pode ter consequências. Há os bons amigos que a vida nos vai trazendo, aqueles a quem ligamos ou escrevemos com carinho para matar saudades ou só para saber se tudo lhes corre bem, mas se o nosso caminho os foi deixando espalhados por esse país fora, seguindo as suas relações ou profissões, não podemos por certo comparar a situação àquele grupinho que está ao pé do dedo para convidarmos se nos apetece ir beber um café.
Não há um amigo mais valioso que o outro... mas há um que nos deixa mais só e que transforma o nosso dia-a-dia mais vazio. Quem gosta de nós pode-nos dizer repetidamente 'Não podes deixar de fazer o que gostas, nem de ir onde queres.' Concordando com toda a teoria, o nosso botão lá nos vai respondendo que 'falar é fácil' e que todos aqueles que o dizem não sabem o que é ir sozinho nem ao bardalhal de cima.
O eco repete-se no ouvido 'mais vale sozinha, que mal acompanhada' e eu aceno-lhe em acordo. No entanto, quando nos habituamos a uma companhia, quando sabemos o que é ter ao nosso lado alguém para um passeio, para uma ida ao cinema, para tudo aquilo que de mais corriqueiro nos atravessa o dia, como ir às compras ou ver a série do costume na televisão... reaprender a vida e sozinhos termos de dar todos os passos, nem sempre é fácil.
A solidão? Muitas vezes ignoro-a, rio-me para ela e digo-lhe que vou conseguir. Com seriedade informo-a de que garantida só tenho esta vida e quase todos os dias a olho de frente com esperança em dias mais coloridos. Noutros... fraquejo, visualizando um vazio que na maioria das vezes disfarço bem e não consigo conter as lágrimas que me dizem que o trabalho que me põe a comida na mesa e paga as contas não chega e que seria muito reconfortante encontrar um aconchego.